O Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua realizou durante a última semana série de atividades em comemoração ao 1º ano de funcionamento da Unidade. Entre julho de 2012 e julho de 2013, o Centro POP Brasília referenciou mais de 1.500 pessoas em situação de rua e atende diariamente cerca de 100. A programação contou com apresentações, palestras, oficinas. A Orquestra Marafreboi e integrantes do Grupo Coisa Nossa se apresentaram, um bolo foi servido e os presentes cantaram “parabéns”. Os educandos que frequentam a Escola de Meninos e Meninas do Parque declamaram poesias e enfeitaram a unidade com um Acróstico produzido pelos educandos com as palavras “Centro Pop”.
Um bate-papo sobre empoderamento e organização das pessoas em situação de rua para reivindicar seus direitos e acessos às políticas públicas foi promovido pelo Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR). “Entendemos que é extremamente necessário que eles se organizem politicamente enquanto grupo social, conhecendo e reivindicando seus direitos e, coletivamente, mobilizem-se para garantir o acesso às políticas públicas, bem como sua melhoria e ampliação”, esclareceu Plínio Fernandes, coordenador da unidade.
Para Antônia Cardoso, coordenadora do Movimento Nacional da População em Situação de Rua no Distrito Federal, o trabalho desenvolvido no Centro Pop tem auxiliado as pessoas a ter acesso a serviços e direitos. “O Centro Pop oferece oportunidade e atendimento digno. Aqui as pessoas podem perceber como é importante se organizarem para cobrar e conhecer seus direitos”, disse.
Para Meire Lia, Assessora da Coordenação de Proteção Social Especial, a participação e o reconhecimento dos usuários foi imprescindível para desenvolver ações e projetos. “O Centro Pop foi idealizado por colaboradores que sempre desejaram um espaço de acolhida digno para as pessoas em situação de rua. E ele só se tornou adequado quando percebemos quais modificações eram necessárias para atender cada um e cada uma que passa por aqui. Desde as modificações nos espaços físicos às oficinas ofertadas, tudo foi decidido com a participação dos educandos. Esse é um momento de reconhecimento para todos nós”, ressaltou.
O serralheiro Davi Santos, 33 anos, vivia nas ruas desde os 7 anos de idade e conheceu o Centro Pop por meio de amigos que também estavam na mesma situação. Davi foi atendido pela equipe técnica da Sedest, participou de grupo com psicólogos e assistentes sociais e recebeu encaminhamento para tratamento em comunidade terapêutica. “O Centro Pop é um canal de reflexão, pois aqui nos fazem pensar sobre nossas vidas e que precisamos reagir. Aqui me ofereceram mais que um espaço para banho e descanso, aqui pude perceber que ainda estou vivo e que precisava mudar”.
Jared Kalled, 24 anos, foi o responsável pelo grafite que destaca a palavra ‘Paz’ que agora enfeita uma das paredes do Centro Pop Brasília. “Conheci o Pop por meio de um amigo que elogiou bastante o atendimento recebido na Unidade. Fico feliz em contribuir de forma voluntária com um trabalho que tem ajudado muitas pessoas”.
O secretário substituto da Sedest, Raimundo Kamir, compareceu ao encerramento da programação e reforçou o compromisso da secretaria em promover a inclusão das pessoas em situação de rua. “A equipe da Sedest tem se dedicado diariamente para atender as pessoas em situação de rua de forma qualificada. Nosso trabalho consiste em auxiliar na reconstrução de projetos de vida dos educandos”.
Escola de Formação Permanente para o Protagonismo do Movimento Nacional da População em Situação de Rua – A Universidade de Brasília (UnB) lançou, na última quarta-feira (3), novo programa de extensão para orientar catadores de materiais recicláveis e moradores de rua sobre seus direitos, além de fornecer apoio a outros movimentos sociais.
A Escola de Formação Permanente para o Protagonismo do Movimento Nacional da População em Situação de Rua é uma iniciativa da pesquisadora Rose Barboza, uma das coordenadoras do projeto, em parceria com a professora Maria Lúcia Leal, do Departamento de Serviço Social (SER).
O projeto tem a parceria com o Núcleo de Estudos da Infância e da Juventude (Neij), com o Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam) e com o Grupo de Pesquisa sobre Tráfico de Pessoas, Violência e Exploração Sexual de Mulheres, Crianças e Adolescentes (Violes), do Departamento de Serviço Social (SER), o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) e com o apoio do Programa de Extensão Universitária da UnB (Proext), sob a coordenação da professora Maria Lúcia Leal.