Foi aberta, na noite desta terça (27), a exposição “Histórias Pintadas: ateliê de pintura com idosos acolhidos”, no Museu Nacional da República. Os artistas não são nomes conhecidos, mas sim oito acolhidos pela Unidade de Atendimento para Idosos –UNAI, da Sedestmidh. Em diversas telas e fotografias, eles expõem um pouco de suas histórias e emoções que foram pintadas ao longo de meses dentro da unidade.
Um desses artistas, orgulhoso de suas telas, é Tereziano Fernandes, 62 anos. Goiano de Formosa, ele viveu em situação de rua por mais de 20 anos. Trabalhou no campo por décadas em fazendas do interior e há um ano e meio está acolhido na UNAI. Carregava consigo o sonho antigo de aprender a pintar e desenhar.
“Amo fazer isso aqui. Esfria minha cabeça e traz muitas energias boas pra gente. Foi o melhor que já me aconteceu até hoje. Quando a gerente Daiane (da UNAI) me falou desse projeto, fiquei feliz demais e entrei na hora”, revelou. Onze telas de sua autoria estão no Museu Nacional e a “Casa de Camponês” é seu quadro predileto, talvez por retratar um pouco do passado duro que viveu.
PARCERIA
Além de Tereziano, José Ferreira e Adão Fernandes não estavam menos felizes ao receber o público curioso por suas “histórias pintadas”. Todos alunos de um projeto que começou como curso de extensão da Universidade de Brasília (UnB) pela estudante de Artes Visuais Camilla Dantas.
Em uma parceria com a gerente da UNAI, Daiane Guedes, ela levou um ateliê para a sede da unidade em Taguatinga. Com o apoio da Sedestmidh, o grupo disponibilizou, além de material de pintura, temáticas de cunho emocional para a inspiração dos pintores. E foram promovendo as oficinas com os interessados.
O resultado encantou e foi estimulando cada vez mais estes personagens a pintar. Para Daiane, a concretização de um sonho. “Muita emoção ver o resultado desse trabalho. O envolvimento dos nossos idosos, usando a arte como transformação. Tudo isso é muito bonito”, explicou.
São 40 quadros e 25 fotografias expostas. Todo o acervo está aberto para a visitação até o dia 2 de dezembro, no Museu Nacional da República. O horário é das 9h às 18h30 e a entrada é franca.
Por: Rafael Secunho