Na sexta-feira (14) a Rede Social da Estrutural, composta por representantes das políticas públicas como assistência social, saúde, educação, e representantes da sociedade civil organizada e comunidade, realizou evento em alusão ao 12 de junho – Dia mundial de combate ao Trabalho Infantil, na Praça Central da cidade. A programação contou com danças, brincadeiras, apresentações musicais e esportivas, cortes de cabelo e atendimento do Conselho Tutelar.
O evento fechou a semana de ações realizadas para sensibilização de crianças e adolescentes sobre o tema. O Cose da Estrutural, a Associação Viver, o Coletivo da Cidade, os Centros de Ensino Fundamental Nº 1 e Nº 2 e a Escola Classe Nº 2 promoveram oficinas com fotos e informações esclarecendo o que é o trabalho infantil e suas consequências. Resultaram dos encontros, diversos cartazes produzidos pelos participantes dos debates, que foram expostos na Praça.
A Coordenadora do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), Amanda Campina, explicou como foram pensadas as atividades. “Os educadores da rede desenvolveram ações para mostrar à comunidade, de maneira pedagógica, a importância de cuidarmos das nossas crianças e adolescentes, com a garantia de viverem com plenitude a infância. Nosso foco foi o lixão da Estrutural, já que crianças e adolescentes estão entre os trabalhadores que vivem da catação de materiais no local” relatou.
De acordo com Darley Viana do Coletivo Cidade, o encontro na praça foi a melhor maneira de encerramento do período de sensibilização. “A ideia foi promover dia de brincadeiras, aconselhando que eles brinquem, estudem e ajudem em casa. Entendemos que a melhor maneira de lembra-los que trabalho não é algo que devam fazer agora é reforçando o valor da escola e das brincadeiras, incluindo-os em atividades em que desenvolvam suas habilidades cognitivas e lúdicas”, completou.
As irmãs Aline, 10 anos, e Emily, 8 anos, que frequentam o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Sedest, aprovaram a festa. “Gosto das brincadeiras de pular e de montar o cata-vento”, contou Aline, que contou com o apoio da irmã, “eu adoro montar cata-vento e também gostei do lanche que a tia me deu. Eu prefiro ficar aqui brincando, é mais legal do que trabalhar”, reforçou Emily.
Amanda Campina do Creas relatou que o enfrentamento ao trabalho infantil é feito há mais de dez anos, quando a Estrutural ainda nem era região administrativa. “As famílias são acompanhadas e encaminhadas para programas de geração de emprego e renda. As crianças e adolescentes são inseridas no Serviço de Convivência, em atividades socioeducativas no contraturno escolar e acompanhadas na frequência à escola” disse.
Trabalho infantil – A Estrutural recebe todo o lixo recolhido de todo o Distrito Federal. A estimativa é de que aproximadamente 200 crianças e adolescentes estejam entre os catadores de resíduos do Lixão, vivenciando uma das piores formas de trabalho infantil, já que ainda não possuem desenvolvimento físico, psicológico e social para esse exercício laboral. Segundo a Rede Social da Estrutural, é difícil saber ao certo quantas crianças e adolescentes trabalham no lixão, pois eles evadem do local quando identificam um mapeamento.