A coleta seletiva de lixo no Distrito Federal e as ações governamentais envolvendo o fechamento do Lixão da Estrutural foram tema de seminário, hoje (4), na Escola de Governo do DF (E-Gov). Representantes da Sedestmidh, da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), do SLU, Adasa, entre outros órgãos, palestraram sobre os desafios da gestão de resíduos sólidos em Brasília.
A Secretária da Sedestmidh, Ilda Peliz, explicou na abertura do encontro todo o trabalho de assistência social que vem sendo realizado pela Pasta junto aos catadores de materiais recicláveis. A começar pelo projeto “Agentes da Cidadania Ambiental”, que beneficiou cerca de 900 catadores da Estrutural com um auxílio mensal de R$ 300 em 2017, em meio ao processo de desativação do Lixão. Os profissionais que frequentaram as aulas de coleta seletiva ministradas pelo SLU receberam a quantia.
Além deste, lembrou que 100 filhos de catadores, com idades entre 14 e 17 anos, vêm sendo atendidos pelo “Caminhos da Cidadania”, que visa uma maior participação social e protagonismo cidadão ao conceder auxílio de R$ 190 como incentivo para que frequentem oficinas no Centro de Convivência da Estrutural e não retornem ao ofício de catadores.
Ilda mencionou ainda pagamento de um benefício no valor de R$ 360 que vem sendo feito a catadores cadastrados que atuam nos 5 galpões de coleta seletiva abertos pelo GDF. Este alcançaria até 1.200 catadores, mas muitos não se adequaram aos pré-requisitos, entre eles, estar filiado a uma cooperativa. “Infelizmente, alguns têm medo de perder o Bolsa Família, ao entrar em um de nossos programas. Se eles estão dentro dos parâmetros da assistência social, continuarão recebendo normalmente”, frisou.
A Secretária citou ainda um programa que ajudou a conceber e que tem como alvo os moradores da região. Em fase de elaboração, a ideia é fazer uma pequena indústria na Estrutural que irá reciclar tecidos e transformá-los em estopas e outros materiais como peças de vestuário, acessórios como bolsas e bordados e, nessa produção envolverá as mulheres que viviam do lixão.
Esse novo espaço seria concebido com o apoio de um grupo de empreendedores e da Fundação Banco do Brasil.
Exemplos de projetos de coleta seletiva bem-sucedidas como os da Rede Centcoop e a Rede Alternativa e a participação da ONG Green Ambiental também enriqueceram o debate.
Por Rafael Secunho