Na última sexta-feira (15), mulheres acolhidas na Casa Flor, Unidade de Acolhimento para Mulheres da Sedest, assistiram palestra sobre tráfico humano. A atividade realizada em parceria com a Secretaria de Justiça, por meio Gerência de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, teve como objetivo levar informação sobre o tema e assim prevenir situações de tráfico.
Segundo a gerente da Gerência de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Sejus, Marta Santos, a falta de denúncias é um problema sério no Distrito Federal. “A população não denuncia por medo, e a vítima às vezes não tem um preparo para saber identificar que está dentro daquele crime”, ressalta. Para a assistente social da Sejus, Annie Vieira, a vítima se sente tocada no momento da informação e talvez desabafe com alguém depois.
Para Mirella Imbroisi, psicóloga especialista em assistência social da Sedest, a divulgação desse tipo de informação é importante. “Precisamos esclarecer para a comunidade como funciona o tráfico de pessoas. Além disso, temos que divulgar formas de prevenção e informações sobre o que fazer e quem procurar nos casos em que a suspeita for confirmada”, reforçou.
Casa Flor – Unidade de Acolhimento para Mulheres
A coordenadora da Casa Flor, Marina Agra Santiago esclarece que a Unidade de Acolhimento abriga mulheres acima de 18 anos, desacompanhadas e que tenham os vínculos familiares rompidos ou fragilizados, e em situação de desabrigo. “Às vezes as pessoas têm os seus vínculos familiares e comunitários rompidos e ficam fragilizadas, encontrando-se em situação de extrema vulnerabilidade social”, comenta.
No local, elas permanecem temporariamente, sendo que o tempo de permanência é definido de acordo com a necessidade. “Aqui elas recebem atendimento para superação da situação que gerou a necessidade de acolhimento e são encaminhadas para as políticas assistenciais, de saúde, de trabalho e de fortalecimento dos vínculos familiares”, destaca.
A equipe da Casa Flor é formada por psicólogos, assistentes sociais, cuidadores, auxiliares em serviço social, agentes sociais, técnicos administrativos e, em parceria com a Secretaria de Saúde, por enfermeiros e técnicos de enfermagem.
A unidade funciona 24 horas. O acesso é por meio de encaminhamentos realizados pelos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), pelo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), por outros serviços da SEDEST ou por outras políticas que atendam ao público alvo das Unidades
Tráfico de Pessoas
O tráfico de pessoas é uma forma de escravidão. A maioria das vítimas é composta por mulheres, crianças e adolescentes que são aliciadas para exploração sexual ou mão-de-obra escrava. Apontado como uma das atividades criminosas mais lucrativas do mundo, o tráfico de pessoas faz cerca de 2.5 milhões de vítimas, movimentando aproximadamente 32 bilhões de dólares por ano, segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).