Cerca de 180 pessoas prestigiaram a peça Meninos da guerra, realizada em parceria com entidades sociais
O Teatro Sesc Garagem foi palco da última apresentação da peça Meninos da Guerra, encenada na quinta-feira (6) por adolescentes atendidos nas unidades de acolhimento institucional destinadas a abrigar pessoas em situação de rua. O projeto responsável pela apresentação recebeu o nome de “O renascimento do herói abandonado”, e busca utilizar o teatro como ferramenta de apoio aos jovens em situações vulneráveis ou de exclusão social.
Foto: Wellington Reis – Ascom/Sedhs
A última sessão contou com cerca de 180 espectadores, mesmo com a limitação inicial do local de 150 pessoas. O espetáculo foi realizado pela parceria da Cia. De teatro La Casa Incierta, da Associação Cultural Intermedia Caliandra – Cinema, e da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social (Sedhs), recebendo apoio também do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e da Secretaria de Cultura. Temas como a violência, famílias desestabilizadas, abusos sexuais, aborto, drogas, alcoolismo, e desigualdades sociais foram os componentes da emocionante apresentação.
Os jovens atores compartilharam com o público relatos verídicos de suas vidas, buscando dar visibilidade à chocante realidade em que se encontravam, dando ênfase na violência dentro das famílias e na vida nas ruas. Foram realizadas três apresentações nos dias 24, 25 e 26 de julho, no SESC Ceilândia, e mais três no Teatro Sesc Garagem, dias 4, 5 e 6 de agosto.
Foto: Wellington Reis – Ascom/Sedhs
O Secretário de Cultura, Guilherme Reis, ressaltou a importância do teatro e parabenizou a iniciativa, apontando que esse tipo de ação deveria existir de forma cotidiana. “É um resgate de dignidade que a arte pode proporcionar. É um trabalho que é pura emoção. Um trabalho que deveríamos ter todos os dias, de forma vital, e que deveria começar na primeira infância. Esse compromisso eu sei que muita gente da cultura tem, e é o melhor investimento que se pode fazer contra a vazão escolar, a violência, e em defesa dos direitos e da cidadania. É educação e é arte.”, avaliou Reis.
A Subsecretária de Assistência Social, Andréia Lins Ribas, reforçou que o projeto é interessante para as relações destes jovens e as interações sociais. “Mostra um caminho diferente para o trabalho com essas crianças e jovens. É uma alternativa bacana porque é uma forma de escuta de sensibilização, não só da secretaria, mas como da sociedade como um todo.”, resumiu. Riane Soares Vasconcelos, Secretária Adjunta da Sedhs, destacou a importância da utilização da arte para contar as histórias desses adolescentes. “Foi um instrumento extremamente essencial para retirar esses jovens da invisibilidade na sociedade e mostrar o quanto precisamos estar comprometidos com essa causa. É muito comum que eles sejam vistos de formas negativas, e muitas vezes não se procuram saber as causas, o porquê de determinados comportamentos. É importante para que eles se sintam valorizados.”, argumentou.
Joaquim de Souza, 14, um dos atores, contou sobre sua experiência como parte do projeto. “Foi uma coisa muito incrível, uma experiência muito boa, uma coisa nova. No começo, eu entrei só por entrar, mas fui me envolvendo e gostando e hoje estou aqui, fazendo esse espetáculo maravilhoso. Está sendo muito difícil nos separarmos agora, mas teremos outros projetos pela frente”.
Foto: Wellington Reis – Ascom/Sedhs